terça-feira, 20 de setembro de 2011

PRECIOSIDADES DE WOLFGANG LUDWIG RAU 1999

Acervo de Wolfgang Ludwig Rau inclui quadros, livros, gravuras, fotografias, documentos, mapas e até móveis relativos à vida de Anita Garibaldi e seu companheiro, Giuseppe Garibaldi
Fotos: Sídnei Cruz/ARQUIVO/AN/10/8/1999




Preciosidades de
Wolfgang Rau



Acervo garibaldino do pesquisador pode ser adquirido por R$ 100 mil pelo governo do Estado



Ana Cláudia Menezes

O deputado Joares Ponticelli (PPB) apresentou na última terça-feira do ano , na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembléia Legislativa, o parecer favorável ao projeto de lei encaminhado pelo governo do Estado para adquirir o acervo garibaldino do pesquisador Wolfgang Ludwig Rau, no valor de R$ 100 mil.
O relatório do parlamentar é o primeiro passo para que o Executivo possa dar continuidade ao processo de compra do material do historiador, cujas pesquisas iniciaram no final da década de 1960 e inclui quadros, livros, gravuras, fotografias, documentos, mapas, móveis - só para citar algumas das preciosidades sobre Anita Garibaldi e seu companheiro, Giuseppe Garibaldi, e a Revolução Farroupilha. Depois da CCJ, o projeto passará por mais duas comissões - a de Finanças e de Educação e Cultura, até ser submetido ao plenário.
Pelo projeto de lei, o acervo será cedido em regime de comodato (empréstimo gratuito) ao município de Laguna. Este, por conta da possibilidade de receber o acervo, encomendou ao Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), um projeto de restauração do prédio que antigamente abrigou a usina elétrica da cidade, com características luso-brasileiras, na entrada de Laguna. A idéia é abrir o espaço para pesquisadores interessados no assunto. "A doação existe e o acervo virá para Laguna", assegura a diretora de museus da Fundação Lagunense de Cultura, Maria Elizabeth Guilhon Antunes.
O destino do acervo é aguardada com ansiedade pela família de Wolfgang Rau, nascido na Suíça em 1916, arquiteto formado pela Faculdade de Engenharia do Paraná e autor de vários livros sobre o tema. Entre eles, "Anita Garibaldi - O Perfil de uma Heroína Brasileira", primeira publicação sobre o assunto, lançada em 1975 e referência para outros pesquisadores que continuaram a investigar a vida da "Heroína de Dois Mundos", nascida em 1821 em local ainda não confirmado - a polêmica se divide entre Laguna e Tubarão.
Quem conheceu o acervo garibaldino de Rau, acomodado em uma sala no município de São José, reconhece a sua importância para o Estado. "Para a história de Laguna, de Santa Catarina, é fundamental. Espero que este processo não demore muito e que seja disponibilizado logo aos pesquisadores", diz a historiadora Elisabete Neves Pires, gerente de Organização e Funcionamento de Museus da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e responsável pelo levantamento quantitativo do acervo de Wolfgang Rau.
Durante uma semana, em setembro do ano passado, Elisabete registrou cada uma das peças do historiador para fundamentar o projeto de lei enviado pelo governo do Estado à Assembléia. O que ela encontrou representa a dedicação de Rau a um tema pelo qual ele se apaixonou e dedicou toda a sua vida. Antes de ser cedido ao município de Laguna, Elisabete, que é especialista em museologia, alerta para a necessidade de restauração de algumas peças e a realização de "um inventário rigoroso" do material.
Quem conheceu o acervo de Rau é ciente da importância do material para a preservação da história de Anita e Giuseppe Garibaldi. O jornalista Celso Martins, de A Notícia visitou-o algumas vezes, como parte de sua pequisa para elaborar o livro "Aninha virou Anita", lançado em 1999. "É o acervo mais importante do mundo, dito por todos os conhecedores do assunto e, inclusive, pelos remanescentes da família de Garibaldi da Itália", conta. "Tudo o que existe sobre Anita, o Rau tem", diz.
A aquisição do acervo garibaldino de Rau foi um compromisso verbal feito pelo governador Esperidião Amin no lançamento do livro "Anita Garibaldi, uma Heroína Brasileira", do jornalista Paulo Markun, em 1999, e durante as comemorações pelos 150 anos da morte de Anita. Para Markun, a aquisição do acervo é de "extrema importância" para Santa Catarina. "O Rau dedicou a vida toda ao assunto. Acho louvável a atitude do governo. Ele fez a sua parte", diz.




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